Recentemente participei de uma pesquisa que propunha o seguinte questionamento: Você acha que o mercado de trabalho se fecha para quem tem mais de 50 anos?
Enviei minha resposta, expondo o que penso: que um aspecto muito importante dessa questão é o papel do entrevistador. Ele precisa ter um olhar para além do que o profissional realizou, mas principalmente para aquilo que ele ainda pode realizar, seja qual for a sua idade cronológica. E então passei a acompanhar alguns comentários sobre o assunto:
- Tenho 50 anos e sei que…
- Só quem tem 50 anos pode responder…
- Eu já senti isso na pele…
- Algumas empresas não contratam porque acreditam que profissionais acima dos 50 têm mais dificuldade para aceitar mudanças…
- A empresas acham que as pessoas com idade acima de 50 não têm inteligência emocional…
- Algumas empresas são geridas por jovens, que têm medo de contratar profissionais mais experientes e estes pegarem o seu lugar…
- E outras respostas que me chamaram a atenção para o olhar desses profissionais.
- Tudo isso é fato ou crença?
Foi então que decidi escrever esse artigo, e me veio à mente o case de uma pessoa com quem trabalhei há alguns anos na área de Recrutamento e Seleção e que reencontrei recentemente. Fazia 25 anos que não nos falávamos! Então, naturalmente, foi um encontro daqueles em que a gente quer saber tudo sobre a vida da pessoa, e as perguntas que logo surgem são:
O que você está fazendo? Onde está trabalhando? Ela me contou: “Sou gerente do departamento de RH de uma empresa, estou lá há cinco anos.”
Perguntei como ela havia chegado naquela empresa. Ela me disse: “É uma história incrível! Quando participei do processo de seleção, eu já estava com 55 anos! Como você sabe, eu tinha sido gerente de uma filial, onde fiquei muito anos, e na ocasião estava concorrendo com pessoas mais jovens do que eu. Então pensava: Será que terei chance?
Na entrevista, o presidente da empresa questionou minha experiência profissional e minha idade e ao final afirmou: Estou procurando uma pessoa com o seu perfil, sua energia e o seu dinamismo. Você aceita o desafio? E foi assim que aconteceu. Estou lá há cinco anos, respondo por toda a área de RH, e todo dia é um novo desafio”.
Desafio − o tema se tornou um desafio para mim, porque, dentro da minha área de formação, que é Psicologia, quero me aprofundar nesse assunto como alguém que também tem mais de 50 anos e acredita que o mercado não está fechado.
Se você se interessou pelo tema, leia a parte 2 dessa série, Crenças. http://bit.ly/2fXKCTJ
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