Desde 29 de março de 2008, com a morte de Isabela de Oliveira Nardoni (5 anos), conhecido como “caso Nardoni”; Henry Borel (4 anos), em 8 de março de 2021; e agora Gael Freitas Nunes (3 anos), em 8 de maio de 2021, que se encontra em fase de investigação, observo a reação das pessoas, sua indignação e revolta, muitas vezes com desejo até de fazer justiça com as próprias mãos, e me ocorre uma pergunta que fica no ar: Baseado em que acreditamos que podemos ou temos moral para fazer justiça?

Será que ainda acreditamos que essas mortes brutais são casos isolados que acontecem em nossa sociedade? Que esses pais, mães, padrastos e madrastas são a escória dessa sociedade? Que esses casos representam apenas casualidades? Acreditamos mesmo que nossas crianças vivem em lares seguros dessa violência que tem partido de quem deveria protegê-las?

Será que esquecemos que a história da humanidade nos conta que as crianças nem sempre foram seres merecedores de respeito?

Penso que essas crianças não só tiveram o infortúnio de nascerem filhos de pessoas cruéis mas também o infortúnio de não terem encontrado alguém que, ao testemunhar seu sofrimento e ouvir seus gritos, não se acovardassem e ligassem para fazer uma denúncia.

Tenho certeza de que todos nós, em vários momentos, presenciamos situações em que crianças são feridas fisicamente, moralmente ou psicologicamente, na calada da noite, diante de nossos olhos, em todos os lugares, mas nos omitimos para não correr riscos.

Será que o número de crianças respeitadas e amadas é superior ao número de crianças maltratadas? Infelizmente, eu apostaria que não.

E, como poderia ser diferente, se cada dia mais descobrimos os prazeres da vida adulta, da liberdade, do poder, da realização e da conquista individual?

Considero até aceitável que em novos formatos de estilos de vida não tenhamos espaço interno para cuidar de alguém porque buscamos o gozo individual da vida; mas não é compreensível o porquê de continuamos gerando novas vidas para maltratá-las e até matá-las. A meu ver, isso só se justificaria pelo gozo individual! (Roseli Freitas – Psicóloga)

Disque Direitos Humanos – Disque 100 –  “Direitos Humanos Brasil”

https://www.gov.br/pt-br/servicos/denunciar-violacao-de-direitos-humanos

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