Ano de 2017, século XXI. Já estamos mais do que familiarizados com a palavra informação. A essa altura, é provável que todas as pessoas, independentemente da classe social a que pertencem, já reconheçam a importância da informação para as grandes transformações da humanidade. Entretanto, o que podemos observar é que quando o assunto é liderança, ou melhor, (desculpem minha falha de discurso) educação, temos um grande e importante desafio. Apesar de nossas crianças, assim como todos nós, serem bombardeadas a todo instante com todo o tipo de informação, o que podemos perceber é uma grande dificuldade dos educadores (pais, professores, etc) em lidar com essa realidade. Dificuldade essa que se justifica muitas vezes como sendo uma medida de proteção, mas que na realidade denuncia um medo, uma insegurança que imobiliza alguém que pertence a uma geração que não aprendeu a vivenciar, a expressar suas emoções, suas opiniões e a se “permitir”.

Os meninos acompanham as lutas de boxe pela televisão ou pela internet mas não podem ainda usar uma luva de boxe para lutar. Eles assistem a cenas de sexo na televisão ou pela internet, mas ainda é muito cedo para falar sobre sexo com eles. Eles assistem, eles veem. Logo, se veem, têm suas próprias percepções e absorvem as informações. Por que então não explorar essas informações a partir de seus mundos internos para trabalhar a educação? Parece que existem situações antagônicas no universo da educação. Se, por um lado, alguns educadores (pais, professores, etc) superprotegem, por outro, alguns depositam nas crianças seus próprios sonhos não realizados, levando-as à exaustão para atender às expectativas que não são suas, mas dos adultos.

Afinal de contas, espera-se que a criança se destaque em tudo o que fizer: que seja o melhor piloto de kart, a melhor aluna da classe, a(o) top model da turma. Tem ainda que ser bailarina, cantor(a), atriz, músico, falar inglês, etc. Ao estimular precocemente as crianças ou exigir que elas atendam às expectativas que não são suas, nós, adultos, acabamos por roubar-lhes o direito e a oportunidade de aprender a fazer suas próprias escolhas. E quem seria esse adulto que projeta seus sonhos nas suas crianças? É provável que seja a criança de ontem, que é o líder de hoje, e a criança de hoje que poderá ser o líder de amanhã.

Então é possível compreender quando ouvimos:

1) Que as empresas necessitam que os treinamentos capacitem seus líderes para ousar, questionar, propor soluções, inovar, fazer a diferença, assumir o comando etc.


2) Que as queixas dos líderes referentes aos seus liderados são: “Tenham maturidade emocional, façam escolhas, aprendam a pensar, comprometam-se com as metas estabelecidas pela empresa, tenham responsabilidade e entusiasmo, entendam que eles fazem a diferença no seu trabalho” etc.

Tudo isso nos leva a pensar que o desafio vai além do que simplesmente ensinar aos nossos líderes novas estratégias, novos planos de ação e a superar obstáculos, mas consiste principalmente em ajudá-los a voltar um pouco em suas histórias de vida para resgatar o que lhes pertence e em algum momento se perdeu. Isso é possível, isso é transformação.

Transformação que representa o verdadeiro sentido da vida, a vida como oportunidade de se permitir, se perceber, se expressar. Só então será possível de fato liderar. Roseli Freitas – Coaching & Treinamento.

e.mail: roselifreitas@roselifreitascoaching.com.br